24 junho 2009

Lendas dos orixas:Iemanja

Lendas de Iemanjá
Odô Iyá Yemanjá Ataramagbá,ajejê Lodô, ajejê nilê!
Iemanjá era a filha de Olokun, a deuda do mar.Em Ifé, ela tornou-se a esposa de Olofin-Odudua,com o qual teve dez filhos.Estas crianças receberam nomes simbólicos e todos tornaram-se orixás.Um deles foi chamado Oxumaré, o Arco-Íris,"aquele-que-se desloca-com-a-chuva-e-revela-seus-segredos."De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos.Cansada da sua estadia em Ifé,Iemanjá fugiu na direção do "entardecer-da-terra",como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá.Ao norte de Abeokutá, vivia Okere, rei de Xaki.Iemanjá continuava muito bonita.Okere desejou-a e propôs-lhe casamento.Iemanjá aceitou mas, impondo uma condição, disse-lhe:"Jamais você ridicularizará da imensidão dos meus seios."Okere, gentil e polido, tratava Iemanjá com consideração e respeito.Mas, um dia, ele bebeu vinho de palma em excesso.Voltou para casa bêbado e titubeante.Ele não sabia mais o que fazia.Ele não sabia mais o que dizia.tropeçando em Iemanjá, esta chamou-o de bêbado e imprestável.Okere, vexado, gritou:"Você, com seus seios compridos e balançantes!Você, com seus seios grandes e trêmulos!"Iemanjá, ofendida, fugiu em disparada.Certa vez, antes do seu primeiro casamento,Iemanjá recebera de sua mãe, Olokun,uma garrafa contendo uma poção mágica pois, dissera-lhe esta:"Nunca se sabe o que pode acontecer amanhã.Em caso de necessidade, quebre a garrafa, jogando-a no chão."Em sua fuga, Iemanjá tropeçou e caiu.A garrafa quebrou-se e dela nasceu um rio.As águas tumultuadas deste rio levaram Iemanjá em direção ao oceano,residência de sua mãe Olokun.Okere, contrariado, queria impedir a fuga de sua mulher.Querendo barrar-lhe o caminho, ele transformou-se numa colina,chamada ainda hoje, Okere, e colocou-se no seu caminho.Iemanjá quis passar pela direita, Okere deslocou-se para a direita.Iemanjá quis passar pela esquerda, Okere deslocou-se para a esquerda.Iemanjá, vendo assim bloqueado seu caminho para a casa materna,chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos.Kawo Kabiyesi Sango, Kawo Kabiyesi Obá Kossô!"Saudemos o Rei Xangô, saudemos o Rei de Kossô!"Xangô veio com dignidade e seguro do seu poder.Ele pediu uma oferenda de um carneiro e quatro galos,um prato de "amalá", preparado com farinha de inhame,e um prato de "gbeguiri", feito com feijão e cebola.E declarou que, no dia seguinte, Iemanjá encontraria por onde passar.Nesse dia, Xangô desfez todos os nós que prendiam as amarras sa chuva.Começaram a aparecer nuvens dos lados da manhã e da tarde do dia.Começaram a aparecer nuvens da direita e da esquerda do dia.Quando todas elas estavam reunidas, chegou Xangô com seu raio.Ouviu-se então: Kakará rá rá rá...Ele havia lançado seu raio sobre a colina Okere.Ela abriu-se em duas e, suichchchch...Iemanjá foi-se para o mar de sua mãe Olokun.Aí ficou e recusa-se, desde então, a voltar em terra.Seus filhos chamam-na e saúdam-na:"Odô Iyá, a Mãe do rio, ela não volta mais.Iemanjá, a rainha das águas, que usa roupas cobertas de pérolas."Ela tem filhos no mundo inteiro.Iemanjá está em todo lugar onde o mar vem bater-se com suas ondas espumantes.Seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e agradá-la.Odô Iyá, yemanjá, AtaramagbáAjejê lodô! Ajejê nilê!"Mãe das águas, Iemanjá, que estendeu-se ao longe na amplidão.Paz nas águas! Paz na casa!"

Lendas de Iemanja
Yemanjá seria a filha de Olokum, deus (em Benin e em Lagos) ou deusa (em Ifé) do mar. Foi casada pela primeira vez com Orunmyila, senhor das adivinhações, depois com Olofin-Oduduá, Rei de Ifé, com quem teve dez filhos, que se tornaram Orisás.

De tanto amamentar seus filhos, seus seios ficaram enormes. Esta foi a origem dos desentendimentos com o marido. Embora ela já o houvesse prevenido, dizendo-lhe que jamais toleraria que ele ridicularizasse os seus seios, uma noite o marido, que havia se embriagado com vinho de palma, não mais podendo controlar suas palavras, fez comentários sobre seus seios volumosos.

Tomada de cólera, Yemanjá fugiu em direção ao oeste, o "escurecer da terra". Olokun lhe havia dado outrora, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois "não-se-sabe-jamais-o-que-pode-acontecer-amanhã". E assim Yemanjá foi instalar-se à oeste de Abeokutá, alusão à migração dos Egbás.

Olofin-Oduduá lançou seu exército à procura de Yemanjá. Esta, cercada, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Okun, o mar, lugar de residência de Olokun.

Lendas de Iemanja
YEMANJÁ = Ye + omo + eja = mãe dos filhos peixes, ou, Yèyé omo ejá (Mãe cujos filhos são peixes).O cristal representa seu poder genitor e sua interioridade (filhos contidos em si mesma). Representa a gestação e a procriação. Em alguns mitos considera-se mulher de Òrányàn (descendente de Oduá e fundador de Oyó) de quem ela concebeu Sàngó (Ancestre dicino da dinastia dos Àlàfin de Òyó).
A mãe dos orixás, esposa de Òrìnsànlá. No Brasil é a deusa do mar, da água salgada, enquanto na Nigéria, a deusa de um rio, e orixá dos Egbá, onde existe o rio Yemoja. Também a deusa do encontro das águas do rio e do mar. A mais antiga é Iyá Sagba , que quer dizer, A Mãe que passeia sobre as ondas.
Suas cores são o azul claro, branco e azul e o cristal, sua saudação, Odoyiá = Mãe do rio. Sábado é o seu dia consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seu dia consagrado é 2 de fevereiro
Segundo algumas fontes; Orixá dos rios e correntes, especialmente do Rio Ogun, na África seria folha de Obatalá e Oduduwá, casada com Oranyian, fundador mítico de Oyó, teria sido esposa de Aganjú, e com ele teve um filho Orùngan, que a violou e dela são descendentes outros quinze orixás: Dadá, Sangó, Ògún, Olokun, Olosá, Oyá, Òsun , Obá, Oko, Oke, Saponan; Òrun (sol) e Osupá (lua); Ososo e Aje Saluga (orixá da riqueza). Seus diversos nomes são relativos aos diferentes lugares profundos (ibù) do rio.

Qualidades:
Yemanjá Ogunte (esposa de Ogum Alagbedé)
Yemanjá Saba (fiadeira de algodão, foi esposa de Orunmilá)
Yemanjá Sesu/Susure (voluntariosa e respeitável, mensageira de olokun)
Yemanjá Tuman/Aynu/Iewa
Yemanjá Ataramogba/Iyáku (vive na espuma da ressaca da maré)
Iya Masemale/Iamasse (mãe de Xangô)
Awoyó/Iemowo (a mais velha de todas, esposa de Oxalá)

Arquétipos
São pessoas imprevisíveis como as ondas, ciumentas, esposas e mãe zelosas, perdoam mas não esquecem, são muito desconfiadas, fazem as coisas e tiram o corpo fora, se perdoam não esquecem, aparentemente calmas, dão para os negócios, se forem magras fogem do conceito, e se tornam perigosas, exigentes, não respeitam a posição assumidas.
São voluntariosos, fortes, rigorosos, protetores, altivos e algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Têm sentido de hierarquia, fazem-se respeitar, são justos e formais. Porém à prova as amizades que lhe são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se perdoam, não esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérios. Se possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das jóias caras. Têm tendência a vida suntuosa, mesmo se as possibilidades não lhes permitam tal falso.


Ervas
Teté = Bredo sem espinhos
Orim-rim = Alfavaquinha
Odum-dum = Folha da costa
Efim = Malva branca
Omin-ojú = Golfo branco
Jacomijé = Jarrinha
Ibin = Folha de bicho
Já = Capeba
Obaya = Beti-cheiroso
Ìróko = Folha de loko
Tinin = Folha de neve branca, cana-do-brejo
Ereximominpala = Golfo de baronesa
Teterégún = Canela de macaco
Monam = Parietária
Jamim = Cajá
Obô = Rama de leite

Iemanjá no Novo Mundo
Iemanjá é uma divindade muito popular no Brasil e em Cuba. Seu axé é assentado sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul. O sábado é o dia da semana que lhe é consagrado, juntamente com outras divindades femininas. Seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro. Fazem-se oferendas de carneiro, pato e pratos preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.
Diz-se na Bahia que há sete Iemanjás:
Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;
Iamassê, mãe de Xangô;
Euá (Yewa), rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn e que frequentemente é confundido com Iemanjá em certas lendas;
Olossá, a lagoa africana na qual deságuam os rios.
Iemanjá Ogunté, casada com Ogum Alagbedé.
Iemanjá Assabá, ela é manca e está sempre fiando algodão.
Iemanjá Assessu, muito voluntariosa e respeitável.
Em Cuba, Lydia Cabrera dá sete nomes igualmente, especificando bem que apenas uma Iemanjá existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.

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