07 junho 2009

Lenda do Orixas:Ogum


OGUM
(Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio")
Ogum como personagem histórico, teria sido o filho mais velho de Odùduà, o fundador de Ifé.
Era um temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e numerosos escravos. Guerreou contra a cidade de Ará e a destruiu. Saqueou e devastou muitos outros Estados e apossou-se da cidade de Irê, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oníìré, "Rei de Irê". Por razões que ignoramos, Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubás. Foi autorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkòró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nome de Ògún Oníìré e Ògún Aláàkòró inclusive no Novo Mundo, tanto no Brasil como em Cuba, pelos descendentes dos iorubás trazidos para esses lugares. Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùduà e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego (informação pessoal do Óòni(rei) de Ifé em 1949). Ogum decidiu, depois de numerosos anos ausente de Irê, voltar para visitar seu filho (informação pessoal do Oníìré em 1952). Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito tempo. Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas, como cães e caramujos, feijão regado com azeite-de-dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os habitantes de Irê cantavam louvores onde não faltava a menção a Ògúnjajá, que vem da frase ògún je ajá (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de ògúnjá. Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, se não encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que Ogum se lançará.
Como Orixá, Ogum é o deus do ferro, dos ferreiros e de todos aqueles que utilizam esse metal: agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores. Desde o início do século, os mecânicos, os condutores de automóveis ou de trens, os reparadores de velocípedes e de máquinas de costura vieram juntar-se ao grupo de seus fiéis. Ogum é único, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ògún méjeje lóòde Iré, frase que faz alusão às sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiriam em volta de Irê. O número 7 é, pois, associado a Ogum e ele é representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de sete, catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flexa e enxó, simbolos de suas atividades.
ARQUÉTIPO

(Do livro "Orixás - Pierre Fatumbi Verger - Editora Corrupio")
O arquétipo de Ogum é o das pessoas violentas, briguentas e impulsivas, incapazes de perdoarem as ofensas de que foram vítimas. Das pessoas que perseguem energicamente seus objetivos e não se desencorajam facilmente. Daquelas que nos momentos difíceis triunfam onde qualquer outro teria abandonado o combate e perdido toda a esperança. Das que possuem humor mutável, passando de furiosos acessos de raiva ao mais tranquilo dos comportamentos. Finalmente, é o arquétipo das pessoas impetuosas e arrogantes, daquelas que se arriscam a melindrar os outros por uma certa falta de discrição quando lhes prestam serviços, mas que, devido à sinceridade e franqueza de suas intenções, tornam-se difíceis de serem odiadas.

Lenda de Ogum Xoroquê

Uma vez ao voltar de uma caçada não encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroquê (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e v
estiu-se somente com o mariwo, esse Ogum furioso chamado agora de Xoroquê, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daomé, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando.
Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensar tratar-se de Exu zangado por não ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se transformado num Exu (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade exu por muitos do candomblé). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia lá recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroquê, um Aja (cachorro), Exu (inhame), e muito vinho de palma, também recomendou que, com o corpo prostrado ao chão, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado só que o Rei não seguiu os conselho, e quando Xoroquê chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a população Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroquê, que se acalmou e se proclamou Rei de Ire sendo assim toda vez que Xoroquê se zanga ele s
ai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um Exu e quando retorna a Ire volta a sua característica de Ogum guerreiro e vitorioso Rei de Ire.


Como Ogum Virou Orixá

Ogum lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê e matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo acompanhado de muito vinho de palma. Ogum, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera basta nte, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.

Ogum dá ao homem o segredo do ferro

Na Terra criada por Oxalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçav

am e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por i
sso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior. Os orixás então se reuniram para decidir como faria
m para remover as árvores do terreno e aumentar a área de lavoura. Ossãe, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossãe, todos os outros Orixás tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros Orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os Orixás, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão. Ogum respondeu que era o ferro, um segredo rec
ebido de Orunmilá. Os Orixás invejaram Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, como à caça e até mesmo à guerra.
Por muito tempo os Orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os Orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca do que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram sua lança de ferro. Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comendo dos Orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dia
s fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com os Orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e lá permaneceu. Os humanos q
ue receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebravam a festa de Uidê Ogum. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum. Ogum é o senhor do ferro para sempre.

Ogum chama a Morte para ajuda-lo numa aposta com Xangô

Ogun e Xangô nunca se reconciliaram. Vez por outra digladiavam-se nas mais absurdas querelas. Por pura satisfação do espírito belicoso dos dois. Eram, os dois, magníficos guerreiros. Certa vez Ogum propôs a Xangô uma trégua em suas lutas, pelo menos até que a próxima lua chegasse. Xangô fez alguns gracejos, Ogum revidou, mas decidiram-se por uma aposta, continuando assim sua disputa permanente. Ogum propôs que ambos fossem a praia e recolhessem o maior número de búzios que conseguissem. Quem juntasse mais, ganharia. e quem perdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.
Ogum deixou Xangô e seguiu para a casa de Iansã, solicitando-lhe que pedisse a Iku (a morte) que fosse à praia no horário que tinha combinado com Xangô. Na manhã seguinte, Ogum e Xangô apresentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento começou. Cada um ia pegando os búzios que achava. Xangô cantarolava sotaques jocosos contra Ogum. Ogum, calado, continuava a coleta. O que Xangô não percebeu foi a aproximação de Iku. Ao erguer os olhos, o guerreiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Xangô soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku. À noite Ogum procurou Xangô, mostrando seu espólio. Xangô, envergonhado, abaixou a cabeça e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta.
Qualidades de Ogun
Hoje falaremos das "Qualidades de Ògún" e, se houve tempo, dos demais Òrìsà em geral. Sempre em conversas, quando digo que sou filho de Ògún, perguntam-me, de “qual qualidade é o meu Ògún”. Então eu digo que sou Omo Ògún e que não tem qualidade alguma. Muitas pessoas não entendem ou não aceitam isso. Pois, instituiu-se dezenas de “qualidades” para cada Òrìsà. Muitos vangloriam -se de serem conhecedores dessas “qualidades”, que no fundo, não passam de oríkì de louvação a cada Òrìsà ou especifica a região onde ele é cultuado..
Ògún é o Òrìsà conhecido quase que exclusivamente como o Òrìsà das lutas, guerras, brigas, confusões, nervoso, teimoso e de fácil irritabilidade. Mas, muitos se esquecem de dizer de suas qualidades amenas (aí no sentido da capacitação como o patrono das artes que exigem destreza manual); o guia nos caminhos; lavrador, caçador, etc.
Ògúnjà ou Ògún jà:
É quando Ele exerce a sua atividade de guerreiro, militar e querelante. É quando Ele realmente está para briga.
Ògún Sórókè:
Tida como uma das “qualidades” mais conhecidas, violentas e preferidas de Ògún, mas, que na verdade significa: Sé orí òkè; que contraído dá Sórókè. Dizem, que é um Ògún bravo e sanguinolento como resultado de sua “mistura” com Èsù
Uma das lendas de Ògún, conta que Ele estava no alto da montanha, para onde ia quando saía à caça, pois, Ele é também um Òrìsà Ode (Caçador). Essa lenda inicia-se por contar que: Ojó ntí Ògún sórókè bo...” (No dia em que Ògún estava no alto da montanha e desceu...). Esse era o dia que Ele havia marcado para seu retorno à cidade. Mas, diz essa mesma lenda, que Ògún é um Òrìsà que não suporta que o ignorem. Ele é Òrìsà Pàtàkì (importante), e não tolera que não lhe dêem a devida importância e atenção. Nessa cidade morava, na mesma época, um desafeto de Ògún, que era conhecido como um grande feiticeiro (Osó), que se chamava Àparò Degbeaha. E sabedor desse fraco de Ògún, Àparò organizou uma cerimônia ritual na cidade, em que as pessoas teriam que ficar sem falar, comer e beber por um dia inteiro. E esse dia coincidiria com o dia da chegada de Ògún, somente para irritá-lo.
Quando Ògún chegou na cidade, ninguém falava com Ele, ninguém o saudou como Òrìsà importante, aquilo já o deixou enfurecido. Mas, como Ele estava com fome, dirigiu-se a uma cantina para que lhe servissem comida e emu (vinho de palma). Chegando lá, ninguém o saudou, nem lhe dirigiu a palavra. Ele pediu que lhe dessem comida e bebida, mas, ninguém lhe respondeu alguma coisa ou serviu-o, porque naquele dia era dia de abstinência total. Quando Ele insistiu e mais uma vez foi ignorado, pegou o facão e golpeou os barris de vinho, derramando tudo no chão; quando vieram para impedir que Ele fizesse aquilo, Ele cortou as pessoas ao meio. E dizem, que quando Ògún fica nervoso, ele perde completamente o juízo. E assim foi. Ele matou homens, mulheres, crianças e depois foi para casa.
No dia seguinte foram à sua casa para lhe pedirem que Ele não continuasse zangado com o povo da cidade, e lhe explicaram o que tinha acontecido e do festival organizado por Àparò. Quando tomou conhecimento de tudo, Ògún ficou enfurecido, mas, desta vez, contra Àparò. Pois, ao saber que matara tantas pessoas inocentes por causa dele Àparò, Ògún sentiu grande arrependimento, mas, o mal já estava feito.
Ele saiu à procura de Àparò, este quando avistou Ògún vindo em sua direção, fugiu. Mas, Ògún perseguiu-o. Àparò estava desesperado, pois, sabia que Ògún não teria compaixão dele. Então, fugiu, mas, Ògún o perseguiu, e quando estava quase sendo alcançado por Ògún, Àparò transformou-se num pássaro e voou para o alto do igi opé (a palmeira de Òrúnmìlà). Como era uma palmeira sagrada, ele achava que Ògún não a tocaria. Mas, estava enganado, Ògún começou a golpear a palmeira, acabando por derrubá-la. Num último esforço de esperança, Àparò, escondeu-se por entre as folhas da palmeira, pois, achava que Ògún não cometeria o sacrilégio de destruir toda a palmeira de Òrúnmìlà. Estava enganado novamente. Ògún desfolhou a palmeira e agarrou Àparò, que pediu clemência, mas Ògún sem responder nada, cortou-lhe a cabeça que rolou diante de si, que sentiu-se vingado. Como Àparò era um feiticeiro poderoso, não morreu imediatamente. Ele olhou para Ògún e lançou uma praga, dizendo: “Você Ògún, insensato que é, na hora da minha morte eu lhe coloco meu último feitiço, o de que você haverá sempre de fazer coisas na hora da raiva e se arrepender tardiamente, como foi hoje. Essa maldição cairá sobre você Ògún e todos os seu filhos, que haverão de fazer coisas na hora da raiva e se arrependerem depois, quando já não houver mais conserto”. E tendo dito isto, morreu.
A história conta que foi a partir daí que Ògún sempre que ia matar um desafeto, amarrava suas mãos, pés e prendia sua boca, para que ele não lhe rogasse praga, como Àparò. Daí também, os sacerdotes que executavam sacrifícios, passaram a imobilizar suas vítimas porque também temiam a praga de Àparò Degbeaha. É o que fazemos até hoje quando vamos sacrificar qualquer animal no ritual, prendemos suas bocas ou bicos, patas e asas, para que não se debatam. Esse debater é interpretado como uma praga na hora da morte, e não se quer dar chance a nenhuma das vítimas dos sacrifício de amaldiçoarem seus executores.
Como dizia na maldição de Àparò, Ògún não sentia paz por causa de ter matado tanta gente inocente. Então, reuniu as pessoas da cidade e disse-lhes que iria embora e que só voltaria se precisassem da sua ajuda. Mas também deveriam reverenciá-lo e saudá-lo assim: “Pàtàkì Òrìsà”. Então, enfiou sua espada no chão e sumiu por dentro da terra.
E conta ainda, que Òrúnmìlà, não permitiu que essa praga caísse por sobre todos os filhos de Ògún, que também eram inocentes, e ensinou-os um oríkì que diz: “Má jékí orí mi rí ìjà Ògún...” (Não permita que minha cabeça veja a briga de Ògún). Pois dizem que a cabeça que vê a briga de Ògún, torna-se maluca, a pessoa enlouquece totalmente.
A história foi um pouco longa, mas ela tem relação com a fama do mau comportamento de “Ògún Sórókè”, que não é qualidade, mas algo que se diz sobre Ògún.
Ògún Aláàgbède:
Ògún é ferreiro, uma de suas profissões com forjador de metais.
Ògún gbénòn-gbénòn:
Ògún é carpinteiro, patrono dos artesãos que trabalham com entalhes e nas confecções de móveis e utensílios de madeira.
Ògún Elémònòn:
Ògún, Senhor que conhece o caminho, é padroeiro dos motoristas.
Ògún ìkolà:
Ògún que usa marcas no rosto. Marcas faciais que indicam a origem tribal, status e descendência. (kolà ojú).
Ògún OníÌré:
Ògún, Senhor da cidade de Ìré. Título que recebeu como uma espécie de “padroeiro” da cidade de Ìré.
Ògún AláArá:
Ògún, Senhor da cidade de Ará. Título também recebido como “padroeiro” da cidade de Ará.
Ògún Méje:
Ògún sete, esse número é menção às sete sementes que Ògún plantou nos sete caminhos por onde passou. “Kàtà-kàtà ó gbìn méje, ó gbìn méje ònòn gbogbo”.
Ògún Dàgòlóònòn kò yá:
É tida como a mais “nova qualidade de Ògún” dentre os experts, mas, na realidade apenas se está pedindo licença ao Senhor dos caminhos e que esses caminhos nos sejam suaves de percorrer.


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